segunda-feira, 22 de março de 2010

CENSURA – Jarbas e a balela de campanha

A concluir da omissão da OAB do Pará diante da censura judicial que se dissemina no Estado, é inevitável a lembrança do chiste célebre, segundo o qual, na política, nada é mais parecido com a situação do que a oposição quando chega ao poder. Mais que uma tirada irreverente, o chiste remete à constatação de que na oposição tudo é mais fácil. Na oposição, o discurso é o da reclamação, não o da solução. O que não desobriga ninguém da dignidade em honrar compromissos basilares.
Mas honrar compromisso de campanha, sobretudo aqueles que derivam de princípios e não de conveniências políticas, não parece ser o forte de Jarbas Vasconcelos. Este, quando candidato, em entrevista ao blog, foi enfático na profissão de fé na liberdade de expressão. “Afirmo que sou defensor das liberdades e contrário à violência em qualquer situação”, trombeteou, sugerindo fazer uma declaração de princípios. Na verdade, como agora fica evidente, tratava-se de uma mera balela de campanha. Um petista histórico, filiado ao partido desde 1984, Jarbas Vasconcelos parece ter incorporado por osmose a perfídia, condimentada pela mais repulsiva desfaçatez, que levou lideranças da legenda a esfarinhar o discurso ético do PT. A começar pelo próprio presidente Lula e sua entourage de “aloprados”, passando por petistas do jaez da governadora Ana Júlia Carepa, da qual Jarbas Vasconcelos, emblematicamente, é amigo pessoal.

Nenhum comentário :