segunda-feira, 26 de julho de 2010

LUIZ OCTÁVIO – Um trabalho de fôlego

Em um trabalho de fôlego, é esse personagem, capaz de sobrepor princípios ao pão sem nenhum vacilo, que Michele Campos de Miranda resgata do esquecimento, em uma empreitada que só merece colaboração e aplausos. Trata-se de um resgate histórico que bem poderia ser transformada em livro.
Luiz Octávio acabou sendo capturado pela morte em São Paulo, aos 66 anos, fulminado por um enfarte. A ironia é que ele preparava-se para retornar a Belém, onde participaria de uma montagem do grupo Cuíra, integrado por duas de suas mais fiéis e queridas amigas, Wlad Lima e Olinda Charone. É impossível falar do teatro paraense sem mencionar Luiz Octávio. E não só pelo conjunto da obra, mas também porque seu nome está indelevelmente associado ao TCA, o Teatro Cena Aberta, grupo teatral que fundou, juntamente com Margareth Refkalefsky e Zélia Amador de Deus, célebre pela ousadia das montagens. O TCA foi o primeiro grupo teatral a, literalmente, levar o teatro às ruas no Pará, elegendo como palco o anfiteatro da Praça da República, onde encenou clássicos da dramaturgia, nos anos 70 do século XX. Posteriormente, Luiz Octávio buscou abrigo no Teatro Experimental Waldemar Henrique, um espaço que ajudara a conquistar ainda nos anos 70 do século passado, para montagens densas, como “Genet, O Palhaço de Deus”, nas quais humanizou Jesus Cristo e falou, despido de amarras, de amor e homossexualidade, atraindo por isso a ira da Igreja Católica.

Um comentário :

Anônimo disse...

Luis Octávio mereceria mais destaque nesse estado.O Pará e outros estados pecam em deixar de valorizar seus genios, que não são poucos.Perde-se em muitas frentes quando isso ocorre.Principalmente a cultura e o enriquecimento desta para as novas gerações