quinta-feira, 19 de agosto de 2010

ELEIÇÕES – O sofrido resgate da democracia

Quem viveu aquela época sabe do que falo. O resgate da democracia não foi algo indolor. No seu rastro ficaram cadáveres, dos quais os mais vistosos, pelas circunstâncias, foram o do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho, vítimas dos militares da linha dura, que recalcitravam em devolver o poder aos civis. Não por acaso, durante os comícios de Tancredo Neves, até em Estados administrados por governadores do PMDB, como no caso do Pará, impunha-se a proibição de bandeiras vermelhas, que identificavam os partidos comunistas, então na ilegalidade, para não azedar o humor dos prepostos do regime militar.
Na época recém eleito governador do Pará, Jader Barbalho não titubeou, em nenhum momento, no apoio à luta pelo restabelecimento da democracia, a despeito das eventuais concessões aos militares, como manter-se silente diante da nomeação de Roberto Porto – acusado de torturador – para superintendente da Polícia Federal no Pará. Este é um mérito que a história lhe confere, embora, concomitantemente, tenha sido exatamente nesse seu primeiro mandato como governador que tenha contribuído decisivamente para fazer aderir ao seu nome as recorrentes acusações de corrupção, no rastro de uma administração desastrosa.

Um comentário :

Servidor do DETRAN-PA disse...

Bem então quer dizer que a sua definição de Colaborador do processo de democratização se restringe a esse tipo de epsódio? Francamente Barata eu continuo com a minha sensação de perplexidade diante de tamta ambiguidade no raciocínio nestes seus momentos barbalhenses, lamentavelmente vale aqui uma crítica séria aos mesmo.