segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

FÁBRICA ESPERANÇA – Em defesa dos agentes

Em seguida, o comentário em defesa dos agentes penais.

Caro Barata e especialmente ao anônimo de 21 de janeiro de 2011 18:53, em relação aos agentes prisionais, queria que vocês trabalhasse um plantão dentro de um presídio pra entender o que o agente prisional passa para tentar fazer um bom trabalho, mesmo com humilhações que sofrem dos detentos e ameaças de morte.
Quem é agente hoje vai ser agente pra sempre na visão "do bandido".
Aos demais, pensem que eles não andam armados para defenderem-se dos ex-detentos nas ruas. Outra coisa, porque maltratariam presos? Essa visão da sociedade em relação ao agente prisional tem que ser revista.
O agente penitenciário é a voz da consciência e da civilização dentro do pavilhão, o responsável por excelência em manter o presídio em funcionamento, agindo como os olhos do Estado e da sociedade no sentido de fazer valer, na ponta da execução penal, a decisão do corpo social de punir o infrator com a pena de privação de liberdade, atuando como a mão longa do juiz, no limiar entre a punição e a humanização, até o prazo limite da sentença que recai sobre o condenado. Aglutina nos seus ombros a função do agente prisional, desde que trafega pelo cárcere, fiscalizando os detentos, coibindo fugas, motins e rebeliões, abrindo e fechando celas, mantendo a disciplina, higiene, etc. Há de se considerar que seus encargos não se esgotam nestas prerrogativas. Exige-se que os estabelecimentos busquem o resgate social do apenado. Assim, é justamente o agente penitenciário a mola mestra do sistema; o responsável por mediar todo e qualquer intercâmbio do encarcerado, quer seja com o mundo externo, quer seja com seus familiares, quer seja com os demais setores profissionais encarregados do processo de reinserção social: psicólogos, assistentes sociais, educadores, terapeutas educacionais, equipe médica, etc.
Eis que o agente está intrinsecamente relacionado à operacionalização da execução da pena. A figura emblemática do cárcere, cujo labor cotidiano é conviver, dialogar, entender e controlar uma população formada por homens e mulheres em débito com a Justiça, por violação ao Código Penal (furto, roubo, sequestro, homicídio, latrocínio, extorsão, estupro, estelionato, etc.), e que se constitui um singular agrupamento social com leis e códigos específicos: a chamada sociedade penitenciária.
Uma sociedade que merece respeito, meu caro,tem que valorizar e respeitar o trabalho de outros Se a Fábrica Esperança está com problemas, tem que ver onde estar o erro para corrigir, é só trabalhar com seriedade que funciona.

Um comentário :

Anônimo disse...

Tanta conversa para dizer o que todos sabemos: o sistema penitenciário está falido e os agentes prisionais são parte deste contexto.
Definitivamente, não vai dar certo, seja olhando pelo angulo dos agentes prisionais, seja olhando pelo angulo dos egressos.