quarta-feira, 30 de maio de 2012

APEP – PC, o ladrão da história

        A indiferença de Paulo Chaves, o PC, de volta a Secult com a eleição do governador tucano Simão Jatene, não surpreende, em se tratando de alguém, como ele, que ficou conhecido como ladrão da história. Convém recordar que por puro capricho e valendo-se da cumplicidade do TJ Pará, o Tribunal de Justiça do Estado, ele aproveitou uma liminar para colocar abaixo, literalmente na calada da noite, um muro histórico do Forte do Castelo, de mais de 100 anos. O álibi para a lambança foi de que o muro não faria parte da construção original. Um tosco sofisma, diante do entendimento consensual de que peças agregadas a edificações históricas, quando perduram pelo menos cerca de 100 anos, ficam incorporadas a construção original.
        Muito antes de ascender ao proscênio do poder político, como secretário estadual de Cultura, PC já evidenciava seu menosprezo pela memória histórica. Quando o jornalista e empresário da comunicação Romulo Maiorana, já falecido, adquiriu o título da lendária Folha do Norte e o próprio prédio que abrigava o matutino comandado pelo jornalista Paulo Maranhão, PC foi convocado, como arquiteto, para uma reforma interna do imóvel, preservando-lhe as paredes externas, porque se trata de bela e histórica construção. Na adaptação do prédio, para abrigar o jornal O Liberal (foto dos fundos do imóvel, que dão para a Boulevard Castilho França), até então funcionando em um acanhado casarão na rua Santo Antônio, PC radicalizou e fez desaparecer inclusive as paredes originais da redação, que conservavam as marcas dos tiros disparados contra o prédio do jornal pelos baratistas, os correligionários do truculento interventor e depois governador eleito do Pará Joaquim Cardoso de Magalhães Barata, a quem Paulo Maranhão, um dos mais respeitados jornalistas da história da grande imprensa brasileira, fazia tenaz oposição. As marcas dos tiros nas paredes, apenas caiadas, eram as evidências de um passado não tão distante e da luta em defesa da democracia, com a qual não convivia bem Magalhães Barata.
        PC, na reforma, reduziu o pé direito da redação e revestiu suas paredes, apenas caiadas e conservando as marcas de balas, com um lambri de gosto para lá de duvidoso. Assim, ocultou, para todo o sempre, uma passagem palpável da história do Pará. Obviamente com a anuência de Romulo Maiorana, que ganhou visibilidade a partir dos porões do baratismo e cuja viúva, Lucidéa Batista Maiorana, embora de origem muito humilde, é sobrinha de Magalhães Barata. As circunstâncias sinalizam que para Romulo Maiorana teve um quê de implacável ironia comprar o título da lendária Folha do Norte e no prédio desta instalar O Liberal, em suas origens um mero pasquim a serviço do PSD, o Partido Social Democrático, que no Pará se coinfunde com o baratismo. Romulo Maiorana modernizou O Liberal, ao qual tratou de viabilizar comercialmente, como um jornal noticioso, favorecido pela decadência da Folha do Norte, que não resistiu a morte de Paulo Maranhão e as disputas intestinas entre seus herdeiros. Arguto, o patriarca dos Maiorana teve a sensibilidade de ficar em sintonia a nova ordem, imposta pelo golpe militar de 1964, que remeteu para o limbo os presumíveis herdeiros políticos de Joaquim Cardoso de Magalhães Barata. Sagaz, ao mesmo tempo ele certamente entreviu a decadência de A Província do Pará, um título com mais de 100 anos, mas cuja tradição não foi suficiente para fazê-lo resistir a ruína dos Diários e Emissoras Associados, o conglomerados de empresas jornalísticas construído por Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, mais conhecido como Assis Chateaubriand, ou Chatô. Na sua época, Chateaubriand foi o equivalente, em matéria de prestígio e poder político, a Roberto Marinho, já falecido, o todo-poderoso criador das Organizações Globo. Morto Chatô, os Diários e Emissoras Associados acabaram naufragando na inépcia administrativa, até que a Rede Tupi de Televisão tivesse sua concessão cassada pelo general João Baptista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar. A partir daí A Província do Pará seguiu decadente, até desaparecer, enquanto O Liberal consolidava-se como líder do mercado, turbinado pelo prestígio da TV Globo, da qual tornou-se afiliada a TV Liberal, cuja concessão foi obtida em nome de terceiros, para aplacar as restrições dos setores mais austeros do regime militar, devido ao passado, como contrabandista, de Romulo Maiorana.

4 comentários :

Anônimo disse...

Esse PC é um casca grossa metido a Landi. Mas convenhamos,meu caro, aquele muro horrendo que foi derrubado, foi construído pelos militares da época da ditadura. Ou seja, não fazia parte da arquitetura original do forte.

Anônimo disse...

Hahahahah Ele é o Landi das reformas. kakakak

Anônimo disse...

Da missa vocês não sabem um terço. Procurem saber o destino dado a um painel de azulejo de um famoso artista de fama mundial que existia num casarão da esquina da Dr. Moraes com a av. Nazaré e onde hoje funciona o prédio do INSS que recentemente sofreu um incêndio e chegarão a um apartamento em plena av Atlântica no Rio de Janeiro, advindo da receita da venda do painel. Sorry periferia com diria o grande Ibraim Sued Ah procurem também saber o nome do arquiteto responsável pelo projeto arquitetônico kkkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

Não sei não, mas eu acho que o muro do Forte não foi construído pelos militares de 64.