domingo, 23 de setembro de 2012

BRT – O precedente de Carlos Santos

        Para ilustrar os efeitos perversos embutidos no desvio de recursos, para viabilizar projetos eleitoreiros, a advogada entrevistada pelo Blog do Barata cita como exemplo a fugaz e calamitosa administração do ex-governador Carlos Santos, no curso da qual os servidores públicos estaduais ficaram privados dos seus salários e os fornecedores dos pagamentos do que lhes era devido. Se o atraso no pagamento dos fornecedores compromete a eficiência da gestão pública, no caso dos salários a situação configura-se calamitosa, devido a sua natureza alimentar.
        Coube a Almir Gabriel, no início do seu primeiro mandato como governador, atualizar o pagamento dos servidores públicos estaduais. Esse mérito o ex-governador pode exibir. Mas o reverso disso foi o tratamento desdenhoso que a tucanalha destinou ao conjunto dos servidores públicos nos 12 anos de sucessivos governos do PSDB no Pará. Nesse período, a perda salarial do servidor público foi superior a 50%, de acordo com o insuspeito Dieese, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.
        O menosprezo pelo servidor público estadual também está presente, mais de uma vez, na biografia do ex-governador Hélio Gueiros. Há inclusive um episódio célebre, e de razões jamais esclarecidas, ocorrido às vésperas das eleições de 1990, quando com o ato pronto, sobre a mesa de trabalho, aguardando apenas e tão-somente sua assinatura, o Papudinho, como também era conhecido Gueiros, deixou de conceder um reajuste salarial para os servidores públicos estaduais. Um gesto que poderia fazer a diferença em favor de Sahid Xerfan, o candidato de Gueiros, derrotado, por uma parca margem de votos, por Jader Barbalho.

Um comentário :

Anônimo disse...

Sou servidor público estadual e vivenciei esse momento. Ficamos sem receber nosso salário e passamos o natal sem dinheiro e vimos chegar o novo ano, sem saber quando e se receberíamos o que nos era devido. Os sindicatos dos servidores municipais devem ficar atentos e acompanhar o final de governo, para evitar que sejam surpreendidos com atraso nos salários.