segunda-feira, 21 de outubro de 2013

DIÁRIO – Balanço da greve dos jornalistas 2

Greve no Diário e no DOL: marco na mobilização dos jornalistas.

        Transcrevo abaixo, na íntegra, a avaliação da greve dos jornalistas do jornal Diário do Pará e do DOL, anexada ao e-mail de Amanda Aguiar:

        “Hoje, 20 de outubro de 2013, nossa mobilização por salário justo, melhores condições de trabalho e respeito completa um mês. E, a partir de novembro deste ano, o suor de nosso trabalho, o preço por nossa criatividade e a recompensa por nossa dedicação valerão no mínimo 30% a mais. Em seis meses, o acréscimo será de 50%. Aos colegas diagramadores e revisores, o ganho imediato começa em quase metade do total. Percentuais assim foram raramente conquistados por uma categoria em greve no Brasil. Nós conseguimos. Agora, enfim, temos um piso salarial. Não só. Conquistamos a garantia de segurança e conforto. Equipes da editoria policial receberão coletes à prova de bala. E o inverno amazônico será encarado com mais dignidade a partir da distribuição de botas, capas e guarda-chuvas para todos os profissionais.

        “O valor fechado nesse acordo coletivo ainda é baixo, sabemos. A própria empresa reconhece. Mas em tempos de crise do dólar, em um ramo em que a maior parte dos insumos para a produção do jornal é importado, carregamos a certeza de um enorme salto. Aos mais esquecidos, basta lembrar que antes do movimento 'Jornalista Vale Mais' ser deflagrado, o aceno para reajuste não ultrapassava o INPC, calculado em torno de 7%.

        “Mesmo fundamentais, nenhuma das vitórias foi mais importante que o valor de sermos ouvidos de alguma forma pela direção. 'Nenhum trabalhador precisou ser convencido de que essa luta era justa, tivemos apenas trabalho para convencê-los a lutar', afirmamos em uma das mesas de negociação. E assim foi.

        A equipe do caderno ‘Você’ parou integralmente. O ‘Cidades’ surpreendeu, apenas uma das equipes factuais, formada por repórter e repórter fotográfico, não aderiu à greve, o mesmo ocorreu no ‘Bola’. Metade dos repórteres do ‘Polícia’ cruzaram os braços e duas produtoras fizeram o mesmo durante os sete dias parados. No DOL, repórteres, coordenadores e multimídias aderiram em massa. A ânsia pela mudança era real e não podia ser protelada. Mas houve quem optasse por continuar no trabalho.

        “Sabemos que pode ter havido excessos nas redes sociais – ou no microfone. E, enquanto grupo de trabalhadores, pedimos desculpas aos colegas que se sentiram ofendidos. Um mês após o marco inicial da nossa greve, termos uma certeza - a única a ser levada adiante -, com organização é possível conquistar direitos.

        “Não cobramos nada impossível de ser atendido. A prova está aí. Voltamos aos nossos postos de trabalho e mesmo com a manutenção de alguns problemas, e o surgimento de outros, seguimos dispostos a continuar dando o nosso melhor pela empresa. Essa é a nossa marca.

        “Não nos unimos para produzir heróis, mas para reforçar a energia anônima da coletividade. Hoje é um novo dia. Dia de perceber que antigos paradigmas foram quebrados e que ‘se muito vale o já feito, mais vale o que será’.



        “Salve 20 de setembro de 2013!”

Um comentário :

Anônimo disse...

Parabéns Barata, reafirmo a frase da jornalista " sua participação, faz toda diferença"!Obrigadão