domingo, 3 de novembro de 2013

GREVE – Ardil para criminalizar a paralisação

        Na clara tentativa de criminalizar a paralisação dos professores da rede estadual de ensino, o procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, trombeteia sua suposta preocupação em assegurar “uma educação pública de qualidade e comprometida com o bem comum”. O que soa a escárnio, diante do sucateamento da rede estadual de ensino no Pará, ao qual o MPE, o Ministério Público Estadual, assiste passivamente, fazendo cara de paisagem. Com o agravante de que, descontados os quatro anos de mandato da ex-governadora petista Ana Júlia Carepa, entre 2007 e 2010, desde 1995 o PSDB comanda o governo do Pará. Nesse período pontificou Simão Jatene, inicialmente como eminência parda nos dois mandatos consecutivos do ex-governador Almir Gabriel, exercidos de 1995 a 2002, depois como sucessor do seu patrono político tucano, de 2003 a 2006. Em 2006 ele foi atropelado por Almir Gabriel, que disputou um terceiro mandato como governador, quando foi derrotado por Ana Júlia Carepa, do PT, em aliança com o PMDB de Jader Barbalho. Jatene retomou o comando do governo do Pará em 2010, quando elegeu-se para um segundo mandato, com o apoio de Jader Barbalho, ao vencer a ex-governadora petista Ana Júlia Carepa, que disputava a reeleição.

        Pelo tempo decorrido desde que o PSDB comanda o governo estadual, Jatene teve a chance de conhecer de perto as mazelas que afligem o Pará, com ênfase para setores vitais, como educação, saúde pública, saneamento e segurança pública. Isso significa dizer que nos últimos 19 anos, em 15 deles a tucanalha deu as cartas. Mas, a exemplo do ex-governador Almir Gabriel, já falecido, Jatene limitou-se a investir pesado na propaganda enganosa, inclusive com uma escandalosa pilhagem ao erário, protagonizando um autêntico estelionato eleitoral. Toda essa prestidigitação garantiu a prosperidade de Orly Bezerra, o marketeiro-mor da tucanalha, um tipo intelectualmente chucro, mas exímio na arte da empulhação. Não surpreende, assim, que o governo Simão Jatene tente se vitimizar, em um ardil coonestado pelo MPE, cooptado em troca de benesses diversas aos membros do Ministério Público Estadual – procuradores e promotores de Justiça.

3 comentários :

João Paulo disse...

Falou tudo, caro blogueiro. Por isso és respeitado!

Anônimo disse...

Isso tudo é uma vergonha nacional!

Anônimo disse...

Hoje eles voltaram a mentir nos jornalão deles, em página inteira, com a aquela palhaçada de que a maioria dos professores recebe mais de 4 mil reais. Só se for os que eles contratam ao arrepio da lei.