domingo, 27 de julho de 2014

FÁBRICA ESPERANÇA – A casa da mãe Joana

Fábrica Esperança: sucateamento levado ao paroxismo por Jatene.

        A casa da mãe Joana. Esta expressão popular, que designa lugar onde tudo vale, à margem de qualquer pudor ético, é a que melhor define a situação de abandono na qual submergiu a Fábrica Esperança, a concluir de denúncia feita ao Blog do Barata. A Fábrica Esperança é uma OS, organização social, encarregada da reinserção social de egressos do sistema penitenciário e de pessoas que estejam cumprindo pena privativa de liberdade no regime aberto, prisão domiciliar ou penas restritivas de direito. Mas, segundo a denúncia, o sucateamento da OS foi levado ao paroxismo pelo governador Simão Jatene (PSDB), acidamente criticado por destiná-la, na partilha política da máquina administrativa, à IURD, a Igreja Universal do Reino de Deus, do autoproclamado bispo Edir Macedo, acusado pelo Ministério Público paulista de formação de quadrilha, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A evolução patrimonial de Macedo, que é proprietário da Rede Record de Televisão, coincide com a disseminação da IURD.
        Atrasos nos pagamentos de salários e de férias são rotineiros, acrescenta a denúncia, de acordo com a qual também são habituais os atrasos nos fornecimentos do vale-transporte e do vale-alimentação. Atrasos atribuídos à falta de repasses financeiros pelo governo Simão Jatene, acentua ainda a denúncia, cobrando a destinação dada aos recursos dos contratos celebrados, um dos quais com a próspera prefeitura de Parauapebas, que tem atualmente no comando o prefeito Valmir Queiroz Mariano, eleito em 2012, pelo PSD. “Onde está o dinheiro dos contratos?”, questiona a denúncia.

        A denúncia também assinala as precárias condições de trabalho, no limite da insalubridade. Basta uma visita ao local para verificar, in loco, a sujeira do prédio que abriga a Fábrica Esperança, no qual não faltam paredes rachadas ou mofadas, acrescenta a denúncia, que arremata advertindo para a ignominiosa situação dos funcionários da OS. “As pessoas que ali trabalham são pais e mães de família, que acordam cedo e trabalham mais de oito horas por dia, mas não são respeitados”, observa ainda a denúncia. “Aliás, porque são pobres, os funcionários temem a demissão e, por isso, não denunciam essas lambanças”, arremata.

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