quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ELEIÇÕES – Obras suntuosas e índices sociais pífios

        Os 12 anos de sucessivos governos do PSDB no Pará – que incluem os dois mandatos do ex-governador Almir Gabriel, de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002, e o primeiro mandato de Simão Jatene, de 2003 a 2006 – foram caracterizados por obras faraônicas, invariavelmente superfaturadas, e índices sociais pífios. Um cenário que se repetiu, para pior, no atual mandato de Simão Jatene, após o hiato representado pela administração da ex-governadora petista Ana Júlia Carepa, de 2007 a 2010.
        No Pará, a tucanalha, a banda podre do PSDB, legou obras suntuosas, índices sociais pífios e uma política de austeridade salarial particularmente penosa para o servidor público estadual. Nos oito anos de administração Almir Gabriel, na qual Simão Jatene pontificou como eminência parda e sucedeu ao seu patrono político -  a perda salarial média do funcionalismo público estadual chegou a 55%, de acordo com o Dieese, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Sócio-Econômicos.
        Entre 1995 e 2002, período que corresponde aos dois mandatos consecutivos de Almir como governador, o percentual de desemprego na população economicamente ativa no Pará, também de acordo com o mesmo Dieese, situou-se entre 16% e 18%. Segundo ainda o Dieese, 53,86% dos ocupados viviam na faixa da pobreza, ganhando até, no máximo, dois salários mínimos. O Pará, que até 1994 tinha o terceiro melhor PIB per capita da Amazônia, o Produto Interno Bruto, desabou para o quinto lugar, à frente apenas de Roraima e Tocantins, revelaram os insuspeitos números do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
        Um estudo encomendado pela Secretaria de Política Urbana no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB como Almir Gabriel, intitulado “Déficit Habitacional do Brasil – 2000”, apontava que o Pará tinha, naquela altura, 233.622 famílias sem-teto, o que fazia o Estado concentrar 54% do déficit habitacional da região Norte. No que se refere ao nosso Estado, o estudo expunha números dramáticos, para dizer o mínimo. O estudo “Déficit Habitacional do Brasil –2000”, revelou que o Pará era o campeão da região Norte em domicílios rústicos e improvisados, com mais de 12 mil famílias comprometendo até 30% da sua renda com alugueis e mais de 166 mil famílias vivendo em regime de coabitação familiar. No Pará, constatou o estudo encomendado pelo governo FHC, 17% dos domicílios eram divididos por mais de uma família, o que representava o mais alto percentual de coabitação do País.

        De resto, o IBGE informava também que justamente na era Almir Gabriel, ironicamente um respeitado médico, o Pará – onde bebês morriam por falta de UTIs neonatal - passou a figurar entre os 12 Estados com déficit de leitos hospitalares. Dos 12 Estados com déficit de leitos, seis ficavam no Norte (Amazonas, Pará, Amapá, Tocantins, Roraima e Rondônia), quatro no Nordeste (Ceará, Bahia, Sergipe e Alagoas), um no Sudeste (Espírito Santo) e um no Centro-Oeste (Distrito Federal).

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