terça-feira, 4 de novembro de 2014

TJ – O dublê de magistrado e corrupto

        Segue abaixo a reprodução, na íntegra, da reportagem revelando a falcatrua na qual se envolveu Geraldo Neves Leite:

Denunciados por fraude no Corpo de Bombeiros ainda não foram exonerados e seguem trabalhando

Acusados de envolvimento em esquema fraudulento de autos de vistoria seguem trabalhando, inclusive o subcomandante Carlos Bacelar Martins

Mais de um mês depois de serem denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) pelos crimes de improbidade administrativa, corrupção, formação de quadrilha e advocacia pública, membros do Corpo de Bombeiros, entre eles o subcomandante Carlos Bacelar Martins, ainda não foram exonerados de suas funções, conforme sugestão feita pelo MPE na denúncia.
O comandante da corporação, Antônio Dias, disse que está aguardando a decisão da Justiça e alegou que, antes disso, ele não pode tomar nenhuma decisão.
Segundo o promotor de Justiça que presidiu o apuratório das denúncias, Carlos Fábio Monteiro, o grupo é suspeito de envolvimento em esquema de venda de autos de vistoria do Corpo de Bombeiros para o funcionamento de estabelecimentos privados.
As investigações tiveram início em dezembro do ano passado, com a deflagração da operação “Agni”, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Comando Geral do Corpo de Bombeiros, nas empresas e residências dos envolvidos.
Nesta quinta-feira (3), o comandante do Corpo de Bombeiros informou que o coronel Carlos Bacelar Martins ainda está exercendo a função de subcomandante e que ele foi afastado das vistorias técnicas em edificações, assim como os demais envolvidos, os tenentes-coronéis Andrey Barbosa, Fernando Paiva, Josemar Souza e Mauro Marcelo Lima e o militar Paulo Tarso Martins.
“Nós estamos aguardando a decisão da Justiça. Não podemos sair por aí exonerando pessoas só porque elas foram denunciadas”, disse Antônio Dias.
O promotor Fábio Monteiro ficou surpreso ao saber que o coronel Bacelar ainda é o subcomandante do Corpo de Bombeiros. Ele disse que o Ministério Público fez o seu papel, recebeu a denúncia, apurou e ofereceu denúncia, inclusive com o pedido de afastamento dos investigados.
Segundo Monteiro, todo o material apreendido durante a operação foi submetido a exame pericial pelo Instituto de Criminalística (IC) e o resultado, segundo Carlos Fábio, “foi tenebroso e coloca em risco a vida da população”.
De acordo com o promotor, as investigações comprovaram que o subcomandante do Corpo de Bombeiros é o chefe do bando. Os militares criaram empresas especializadas em elaborar projetos para a obtenção do auto de vistoria. “A pessoa que fazia o projeto era a mesma que assinava o auto de vistoria dos empreendimentos”, disse Carlos Fábio.

Exonerado


O tenente Geraldo Neves Leite, um dos denunciados pelo MPE, tinha pedido exoneração há mais de dez anos, depois de ter sido aprovado em concurso para juiz. Atualmente, ele é o titular da Vara da Infância e Juventude na Comarca de Altamira, no Estado do Pará. A informação é de ex-colegas de corporação, que ficaram surpresos com a fotografia dele divulgada pelo MPE à imprensa.

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