domingo, 21 de junho de 2015

REMO – O peso do voto de Antônio Carlos Teixeira

Teixeira, incisivo: "não se pode, nem se deve, legitimar falcatruas".

Mas neste contexto não convém subestimar também não só o peso do voto de Ubirajara Salgado, mas ainda o de Antônio Carlos Teixeira, o Tonhão, como também é conhecido, por seu porte avantajado. Ele foi o mais jovem presidente, conselheiro, benemérito e grande benemérito do Remo, e teve decisiva participação na mais importante conquista da história do clube, o título de campeão brasileiro da série C, em 2005. Advogado, Teixeira é procurador federal e, como dirigente do Remo, uma paixão herdada do pai, sempre destacou-se por posturas firmes, mas serenas, revelando-se um interlocutor confiável, incapaz de fechar as portas para o diálogo. Em entrevista concedida ao Blog do Barata, publicada em 25 de maio, e que por vários dias perdurou dentre as postagens mais lidas, ele permitiu entrever sua posição em relação a gestão de Pedro Minowa. “Para preservar os interesses do Clube do Remo não convém estimular disputas internas, mas também não se pode, nem se deve, legitimar falcatruas, de caráter culposo ou doloso”, declarou. “Preliminarmente, cabe sublinhar que alegar precedentes, para justificar ilícitos, é um álibi ao qual habitualmente recorrem delinquentes e bandidos, e eu entendo que nós não estamos lidando com pessoas dessa estirpe. Erros do passado não justificam a omissão diante de transgressões do presente”, acrescentou. Mais claro, impossível.

Na entrevista, Teixeira foi premonitório quanto ao imobilismo da administração Pedro Minowa, que acabou por deixar o atual presidente a caminho do cadafalso. “Na minha leitura, alguns fatores contribuíram para a eleição do Minowa, sem querer depreciar o trabalho que ele já prestou e eventualmente tenta prestar ao nosso clube. Foram apresentadas pela chapa vencedora 33 propostas de gestão, que iam ao encontro dos anseios do conjunto de associados. Uma delas foi a promessa de implantação de uma gestão pautada pela modernidade e pela transparência, o que até aqui nem de longe se confirmou. Aliado a isso tudo, tinha-se a circunstancial condição do Remo, naquele momento, como um clube ‘fora de série’, e a promessa, também não cumprida e sem perspectiva de vir a ser cumprida, de um novo Baenão. Promessa estimulada pela precipitada demolição de todo o setor de cadeiras, sucedida pela venda de um novo setor de cadeiras e camarotes, feita antecipadamente e sem que o organograma da obra fosse cumprido pelo ex-presidente Zeca Pirão, o que deu aos sócios a convicção que o Clube do Remo precisava passar por mudanças urgentes”, sublinhou, para então fulminar, devastador: “Com promessas de palanque, turbinadas por um discurso populista e algo messiânico, Pedro Minow credenciou-se como o suposto presidente das mudanças almejadas.”

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