domingo, 21 de junho de 2015

REMO – O ritual da sucessão e o futuro

Ribeiro: presidente interino, se Minowa e Custódio forem defenestrados.

Se Pedro Minowa for destituído e Henrique Custódio também for defenestrado, ou renunciar ao cargo de vice-presidente, assumirá o comando do Remo, interinamente, o presidente do Condel, o engenheiro e ex-deputado federal Manoel Ribeiro, no passado um próspero empresário da construção civil, que progrediu sob o calor da ditadura militar e, na redemocratização, alinhou-se com o PMDB e, por extensão, com Jader Barbalho. Um azulino apaixonado, ele é grande benemérito e notabilizou-se, quando presidente, pela defesa intransigente dos interesses do Remo e por injetar o próprio dinheiro no clube, além ficar célebre pelos surtos coléricos, que faziam-no invadir o campo, afrontar árbitros e incitar a truculência da torcida, apesar do porte mignon. A Ribeiro, que na sua época era festejado pela torcida azulina como “Marechal da Vitória”, é atribuída a iniciativa de supostamente mandar desligar os refletores do Baenão, ou tumultuar a partida, quando as circunstâncias do jogo eram desfavoráveis ao time azulino. Como previsível contrapartida, valeu-se do clube para alavancar sua nascente carreira política. Hoje sereno, até pela idade algo provecta, que em verdade está longe de aparentar, Manezinho, como é carinhosamente tratado pelos amigos mais íntimos, conserva a habilidade do cartola matreiro que já foi, exibindo uma sagacidade potencializado pela maturidade.
Sem ostentar a opulência do passado e pela própria idade crepuscular, é natural que Ribeiro priorize a família e, como é próprio dos avôs, os netos, em particular. Logo, se o Condel decidir pela destituição de Minowa e a decisão for referendada pela Assembleia Geral, pelos votos dos associados, ele deverá cumprir fielmente o estatuto e convocar novas eleições, em prazo que as normas estatutárias deixam em aberto. Nesse caso, sobre candidatos em potencial, resta hoje, previsivelmente, uma grande incógnita. Não só porque a situação do Remo é desestimulante, mas porque a crise na qual submergiu o histórico Leão Azul exige não só competência administrativa, mas prestígio e credibilidade para captar apoios de parceiros confiáveis e recursos financeiros. A interrogação que perdura é se a massa de associados terá interiorizado que o Remo exige hoje, de seus dirigentes, mais, muito mais, que promessas de palanque, própria dos reféns das próprias ambições e seus séquitos de arrivistas.

De resto, diante da conjuntura econômica adversa e da penúria financeira na qual se encontra o Remo, uma alternativa vislumbrada, a priori, é o clube se desfazer de algum dos seus bens imóveis. Trata-se de uma solução dolorosa, certamente, diante da qual vastos setores do clube resistem. Mas ao Remo, hoje, não sobram muitas opções, se quiser se manter como clube de massas, na esteira do prestígio conferido pelo futebol profissional.

Nenhum comentário :