sexta-feira, 3 de julho de 2015

MPE – Mandonismo tisna irremediavelmente biografia

Ironicamente, é o mandonismo, do qual se vale para viabilizar suas ambições, que tisna irremediavelmente a biografia de Marcos Antônio Ferreira das Neves. Como uma tiranete de província, ele foi capaz, por exemplo, de reajustar, em percentual acima do limite permitido pela lei, o contrato com a Águia Net, empresa que presta serviços ao MPE, em ato que caracteriza improbidade administrativa. Um escândalo sepultado pelo corporativismo que medra com vigor em grande parcela dos promotores e procuradores de Justiça, reforçado pelo sentimento de impotência diante da conivência, em relação a malfeitos, do CNMP, o Conselho Nacional do Ministério Público. Convém recordar, a propósito dessa cumplicidade delituosa do CNMP, o episódio do promotor de Justiça Alexandre Couto, um profissional de competência, probidade e experiência reconhecidas, penalizado com um gracioso PAD, processo administrativo disciplinar, em uma clara retaliação por ter denunciado a contratação, sem licitação e a preços inocultavelmente superfaturados, da Fundação Carlos Chagas, para organizar e realizar um concurso promovido pelo MPE.
É emblemático do mandonismo de Neves o imbróglio que protagonizou juntamente com o notório André Ricardo Otoni Vieira, seu amigo-de-fé-irmão-camarada, além de sócio-administrador de suas empresas, assessor e advogado. Por ser sócio-administrador em pelo menos duas empresas de Neves, André Ricardo Otoni Vieira não poderia ter sido nomeado assessor do procurador-geral de Justiça, e por ser assessor deste, não poderia advogar para o seu assessorado, tal qual o faz, inclusive em horário de expediente. Por Isso, o próprio MPE ajuizou uma ação, por improbidade, contra André Ricardo Otoni Vieira, graciosamente arquivada pela desembargadora Marneide Trindade Pereira Merabet, cujos antecedentes permitem inclui-la no elenco de bandidos togados. Por patrocinar a ilegalidade, Marcos Antônio Ferreira das Neves, o procurador-geral de Justiça, é igualmente réu, por improbidade, em outra ação também ajuizada pelo próprio MPE. Pela vasta tradição de iniquidade e corporativismo do TJ do Pará, o Tribunal de Justiça do Estado, a polêmica decisão da desembargadora Marneide Trindade Pereira Merabet, no caso de André Ricardo Otoni Vieira, antecipou o desfecho da ação contra Neves, extinta pelo juiz Helder Lisboa, notório boy qualificado da máfia togada.

Como é próprio dos tiranetes de província, Neves não resiste diante da deletéria promiscuidade entre o público e o privado, como ilustra o imbróglio de André Ricardo Otoni Vieira. Mas este não foi o único beneficiário do tráfico de influência patrocinado pelo procurador-geral de Justiça. Tão logo empossado, ele nomeou assessor o namorado da filha, Gil Henrique Mendonça Farias, reprovado em concurso público promovido pelo próprio MPE. Depois, aboletou na Prefeitura de Ananindeua a filha, Mariana Silva Neves, logo após a posse do prefeito tucano Manoel Pioneiro, a quem o MPE investigava por malfeitos quando presidente da Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará. Mais recentemente, fez a filha migrar para uma aprazível sinecura no TCE, o Tribunal de Contas do Estado do Pará, objeto de recorrentes denúncias de improbidade administrativa, que caberiam ao MPE apurar.

5 comentários :

Jesiel Nascimento disse...

Ajudei a divulgar isso aqui em Ananindeua... Chega deste tráfico de influência. Parabéns Barata pela matéria. :)

Anônimo disse...

Está mais do que comprovado o nepotismo cruzado entre os Poderes deste Estado. A troca de parentes entre as instituições são corriqueiras e frequentes. Os nossos representantes fazem cara de paisagem e se fingem de mortos.Apelar a quem?

Anônimo disse...

Barata, a ação de improbidade ajuizada pela Procuradora Abucater contra o Marcos das Neves, foi rejeitada pelo juiz Elder Lisboa. Até aí, nenhuma surpresa, porque já era esperado por todos, que isso ocorresse, mas agora espera-se que a Procuradora/autora, recorra dessa decisão absurda do juiz Elder Lisboa, impedindo que a impunidade continue imperando.

Anônimo disse...

A Desembargadora Merabet, precisa viver em "lua de mel" com o MP para não ser processada pelo caso Mauro Santos/CELPA e Banco do Brasil, por isso extinguiu a ação contra o Otoni.

Anônimo disse...

Abu u quê? ?
grande coisa!