quinta-feira, 12 de novembro de 2015

CROWNE PLAZA – Tendenciosa, juíza impõe censura judicial, protege agressor e penaliza a vítima

Hotel Crowne Plaza Belém, palco de agressão e humilhação a universitário.
Não convém subestimar a capacidade do Tribunal de Justiça do Pará em se superar em matéria de iniquidades, na esteira das ignomínias patrocinadas, com a desfaçatez capaz de corar anêmico, pela máfia togada, claramente movida pelo sentimento de impunidade alimentado pelo mais deletério corporativismo. Disto é exemplo a juíza Lailce Ana Marron da Silva Cardoso, da 9ª Vara Cível e Empresarial de Belém, que valeu-se da censura judicial, ao determinar, em liminar, que fossem deletadas da internet as postagens do universitário Henrique Noronha denunciando agressão, racismo e homofobia sofridos no Hotel Crowne Plaza, em Belém, em uma ocorrência policial registrada a 30 de outubro na Seccional de São Brás. A magistrada determina ainda que o universitário, que se assume como gay, não faça qualquer nova postagem sobre o episódio “com o intuito de promover incitação dos usuários das redes sociais com o objetivo de denegrir a imagem do hotel”. Ao lançar mão da execrável censura judicial, tanto mais inexplicável por se tratar de um episódio do domínio público, inclusive com registro policial, a liminar, ao fim e ao cabo, blinda o agressor, o empresário Eduardo Boulhosa, franqueado do hotel cinco estrelas, point da classe média alta de Belém, e penaliza a vítima, Fernando Noronha.

Em sua denúncia, Henrique Noronha conta ter sido xingado, agredido e expulso do hotel cinco estrelas, após um mal-entendido a respeito da conta do almoço consumido durante o intervalo entre as palestras do colóquio sobre Freud, que assistia no auditório do Crowne Plaza. A denúncia sobre a truculência protagonizada por Eduardo Boulhosa - testemunhada por Breno Silva, aluno do curso de psicologia da Universidade Federal do Pará e que também participava do colóquio – foi publicada nas redes sociais pela vítima da truculência e teve grande repercussão. Em solidariedade a Henrique Noronha, os internautas dispararam uma avalancha de críticas na página do hotel no Facebook, que chegou a ser retirada do ar. Depois de obter a graciosa liminar concedida pela juíza Lailce Ana Marron da Silva Cardoso, da 9ª Vara Cível e Empresarial de Belém, o Hotel Crowne Plaza emitiu uma nota na sua página no Facebook, a 5 de outubro, afirmando que atende seus clientes “sem distinção” e tenta desqualificar a denúncia. A nota assinala que o “hostilmente relatado e levianamente compartilhado”, o episódio é objeto de “providencias judiciais”, supostamente destinadas a apurar “as respectivas responsabilidades civis e criminais de todos os envolvidos”. A nota reproduz ainda liminar da juíza Lailce Ana Marron da Silva Cardoso impondo a censura judicial a Henrique Noronha, a vítima de Eduardo Boulhosa.

Nenhum comentário :