terça-feira, 24 de novembro de 2015

UFPA – Antecedentes nada lisonjeiros



Não são exatamente lisonjeiros os antecedentes do atual reitor da UFPA, Carlos Maneschy. A ele aderiu o estigma de administrador inepto que o acompanha desde sua passagem pela Fadesp, a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa. Ao suceder Carlos Maneschy como diretor executivo da fundação, em outubro de 2001, o professor Luiz Acácio Centeno Cordeiro, dentre outras mazelas que herdou, encontrou a Fadesp inadimplente no SIAF, o Sistema Integrado de Administração Financeira, o órgão federal que controla o emprego da verba pública. A Fadesp estava desde fevereiro do mesmo ano sem poder movimentar novos recursos. A denúncia partiu da Funasa, a Fundação Nacional de Saúde, por causa de um recurso do Fundo Nacional de Saúde utilizado indevidamente. Ao término de sua gestão, em entrevista ao jornal O Liberal, Luiz Acácio Centeno Cordeiro, embora sem citá-lo nominalmente, foi contundente em relação a Maneschy. Ele declarou, com todas as letras, que a primeira meta a cumprir, ao tornar-se diretor executivo da Fadesp, foi resgatar a credibilidade da fundação, ao recuperá-la financeiramente.
Deslumbrando com as pompas e circunstâncias do poder, o que de mais notável Carlos Maneschy produziu, à frente da Fadesp, foi um patético triângulo amoroso, com lances dignos de folhetim brega. De resto, coincide com sua gestão a ascensão de uma troika que deu o que falar, formada pela gerente administrativa, Eliana Alzira Levy Fernandes; o coordenador de Prestação de Contas da época, Carlos Alberto Tabosa da Silva; e o coordenador de Informática, Walter Oliveira Junior, protagonista de uma gafe hilária, que entrou para o folclore da incompetência que prospera em setores da UFPA. Quando a folha de pagamento da fundação sumiu, em um eventual colapso do sistema de informática, descobriu-se que ele não tomava a mais elementar precaução, que era fazer o becap. Os três - Eliana Alzira Levy Fernandes, Carlos Alberto Tabosa da Silva e Walter Oliveira Junior – estiveram uma época sob a mira da Polícia Federal, diante de indícios de envolvimento em um esquema criminoso destinado a desviar recursos de convênios.

A despeito da sua polêmica administração na Fadesp, Carlos Maneschy seguiu impune, na esteira do corporativismo que medra com vigor na UFPA. Restou o eventual constrangimento de ter sua probidade publicamente questionada. Por conta de suas estripulias na Fadesp, atribuiu-se a recalcitrância no governo Lula em nomeá-lo reitor, apesar de ter vencido na eleição direta - por pequena margem de votos - a professora Regina Feio, candidata do ex-reitor Alex Fiúza de Mello. Maneschy obteve o segundo mandato, como reitor, como candidato único.

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