terça-feira, 22 de março de 2016

SINTEPP – Perfil do sindicalista truculento



Soa certamente patético, repulsivamente patético, o apelo à violência, sobretudo na esteira de prosaica divergência e principalmente por parte de um professor, que desempenha importante papel na formação intelectual e moral de seus alunos. Mas, em se tratando de José Mateus Rocha da Costa Ferreira, trata-se de algo previsível, ainda que nem por isso deixe de provocar repulsa. Afinal, espera-se, de uma pessoa que percorre caminhos sinuosos, uma certa sequência lógica de trapalhadas. Não por acaso, após o recente acordo celebrado pelo Sintepp com o governo Simão Jatene, ele e seus parceiros de diretoria do sindicato passaram a ser vistos com reservas por vastos setores dos professores da rede pública estadual de ensino.
Formado em educação física e exibindo a profundidade intelectual de um livro de autoajuda, Mateus Ferreira cumpriu o script clássico dos dirigentes sindicais, inclusive os de esquerda, compensando com sagacidade e arrivismo a falta de substância. Assim, devotado militante da APS, a Ação Popular Socialista, uma tendência do PSol, Partido Socialismo e Liberdade, acabou por tornar-se coordenador geral do Sintepp, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará. Ele inicialmente exerceu o cargo no triênio de 2012 a 2015, juntamente com Williams Antônio da Silva, atual coordenador de Comunicação Social. E manteve-se no cargo, cumprindo um mandato que vai de 2015 a 2018, dessa vez fazendo dupla com Alberto Ferreira de Andrade Júnior, também formado em educação física e que, como Mateus Ferreira, igualmente tem notórias dificuldades para administrar duas ideias concomitantes, embora loquaz como um camelô. Como Mateus Ferreira, Williams Antônio da Silva e Alberto Ferreira de Andrade Júnior são militantes da APS, a tendência do PSol.

A militância sindical pavimentou facilidades inimagináveis para Mateus Ferreira. À disposição do Sintepp, ele pode usufruir das vantagens de acumular 200 horas na Semec, a Secretaria Municipal de Educação, e outras 200 horas na Seduc, a Secretaria de Estado de Educação, embolsando por isso cerca de R$ 8 mil reais mensais, sem precisar submeter-se à labuta diária. Nada mal para quem ainda embolsa uma complementação salarial paga pelo sindicato, para compensar vantagens que deixe de usufruir, por estar à disposição do Sintepp. O bem-bom da vida mansa sofreu um parcial tropeço, é verdade, em novembro de 2014, quando, em congresso do Sintepp, foi aprovada uma resolução pela qual os dirigentes sindicais com mais de um vínculo empregatício devem ser liberados em apenas um deles. Assim, Mateus Ferreira retomou a labuta diária, ainda que em meio expediente, ao ser lotado na Escola Estadual Brigadeiro Fontenelle, no bairro da Terra Firme, na qual também leciona outro dirigente do Sintepp, Mauro da Conceição Borges, da Coordenação de Secretaria Geral.

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