sexta-feira, 30 de setembro de 2016

ELEIÇÕES – Maneschy, o factoide dos Barbalho

Carlos Maneschy, do PMDB: recurso para lustrar a imagem do partido.

As eleições municipais deste ano ainda incluíram um personagem que, a despeito do currículo aparentemente respeitável, prestou-se a servir de factoide dos Barbalho, com o objetivo de lustrar a imagem do PMDB no Pará e, em particular, a do ministro Helder Barbalho, da Integração Nacional, filho e herdeiro político do senador Jader Barbalho, cuja imagem é associada a recorrentes suspeitas de corrupção, estigma que, por extensão, terminou por contaminar o partido. Ex-reitor da UFPA, a Universidade Federal do Pará, que comandou por sete anos,  o professor Carlos Maneschy é o candidato a prefeito pelo PMDB, apresentando-se como ficha limpa e jactando-se de aos 60 anos estar a salvo de qualquer suspeita de improbidade.
A curiosidade, em relação a Maneschy, é saber a contrapartida por abreviar o término de seu mandato como reitor, já que seus percentuais de intenção de voto jamais permitiram conferir maior capilaridade eleitoral à sua candidatura. Há outros aspectos inusitados, ainda, em torno da candidatura peemedebista. Afinal, soa inusitado o candidato, que tanto exalta a probidade pessoal, ter como avalista eleitoral Jader Barbalho, cuja súbita evolução patrimonial justifica, por si só, as suspeitas que aderiram, indelevelmente, ao seu nome, ainda que não seja possível ignorar sua sagacidade, que fez dele a mais longeva liderança política da história do Pará.

De resto, restam controvérsias sobre a trajetória de Maneschy. Ao deixar a Fadesp, da qual foi diretor executivo, a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa estava inadimplente no SIAF, o Sistema Integrado de Administração Financeira, sem poder movimentar novos recursos, por causa de um recurso do Fundo Nacional de Saúde utilizado indevidamente. Em sua gestão como reitor, embora a pós-graduação tenha atingido patamares próximos da excelência, na graduação, em 82 cursos observados, mais de 80% dos cursos da UFPA exibiam nota abaixo de 3, numa escala de 1 a 5, segundo os números do Inep, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Também em sua administração como reitor, perdurou o sucateamento do Hospital Universitário João de Barros Barreto. Sem esquecer as denúncias sobre a existência de ilustres fantasmas patrocinados por Maneschy, registradas na época pelo Blog do Barata.

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