terça-feira, 11 de outubro de 2016

ELEIÇÕES – A suspeita equidistância peemedebista

Em nota subscrita pelas executivas estadual e municipal do partido, o PMDB anunciou que permanecerá equidistante, neste segundo turno, da disputa pela Prefeitura de Belém, liberando suas bases. O tom ascético da nota não combina com as tradições históricas da legenda, que no Pará tem no senador Jader Barbalho, a mais longeva liderança política da história do estado, o seu morubixaba. Sequer o candidato do partido à prefeitura, o Professor Maneschy, ex-reitor da UFPA, a Universidade Federal do Pará, foi escalado para fazer o anúncio, noticiado pelo Diário do Pará, o jornal do grupo de comunicação da família do senador Jader Barbalho.
Mais do que esclarecer, o comunicado dá margem a especulações, inclusive sobre um eventual apoio subterrâneo à candidatura do prefeito Zenaldo Coutinho, ainda que de modo a não agredir aquela parcela do eleitorado peemedebista historicamente avessa ao PSDB.
Considerando as peculiaridades locais, por si só a oposição do PSOL ao governo Michel Temer, que conduziu o PMDB de volta ao Palácio do Planalto, não é suficiente para explicar a postura de Jader Barbalho, que se confunde com a legenda no Pará. Mesmo com Edmilson Rodrigues figurando dentre os deputados que votaram contra a proposta de emenda constitucional (PEC) que impõe limite ao gasto público. Emenda contra a qual também votou, convém acentuar, Arnaldo Jordy, do PPS, partido que integra a base de sustentação parlamentar do governo Michel Temer e que é parceiro eleitoral do PSDB, também aliado do Palácio do Planalto.

De resto, como coerência não é tradição nas disputas paroquiais, não convém crer que tenha passado a integrar o ideário dos Barbalho. 

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